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Jardins Suspensos

Jardins Suspensos

About Me and What I'm Made Of

 

 Aqui encontra-se um mundo de um aglomerado de jardins que são segredos partilhados, momentos explorados, sonhos esmifrados. Por entre paletas de sombras, livros policiais, um pouco de mim e os sapatos que calço, faço deste espaço uma janela para o mundo que miro do meu 6º andar. Pelo menos até me mudar para um 4º andar sem elevador, aí não prometo chegar viva às internetes e tecnologias, a fim de vos contar sobre o quão maravilhosa pode ser uma sombra metálica, o quanto me fez chorar um romance, se a injustiça praticada pelo mundo me socou no estômago ou se me irrita solenemente ainda não poder usar os sapatos que quero.

 

 Por entre o meu ar consumista, o ganir do meu cartão de crédito temporário feito no MBNet e a desgraça que é trabalhar num centro comercial, não fica porventura assente a sensibilidade que impera em mim, o sonho que nasceu e que se perpetua, de cada vez que escrevo e alguém me lê. Principalmente quando se inspiram no que escrevo para tentar dar alma aos seus textos, #sóquenão, que aquilo que me é mais natural que respirar, embora me falte por vezes, como se de asma escrita se tratasse, não há plágio nem imitação que consiga captar. Perdão, inspiração. 

 

 Vá, nem tudo é mau e de quando em vez, lá vem uma nuvem feita de raios de sol contidos, prontos para ser desvendados. Que somos todos uma junção de vários eus, temos muitas caras, muitos tons de voz, dezenas de expressões idiomáticas que nos definem na perfeição dependendo do ciclo da lua. Todos somos um pouco bipolares, um tanto neuróticos e se nos esforçarmos mesmo, chegamos a ser felizes. Deixo aqui o registo do que me preenche os dias e noites, normalmente o que me invade já a madrugada se insurge nos céus. Aquilo que, depois do ar e da comida, depois dos abraços e beijos dos que amo, fazem de mim uma gaja extremamente fútil mas indubitavelmente feliz. 

 

 Ao chegar aqui, ao ecrã de um portátil que aquece demais e por vezes se manifesta molengão sem pudor, dou por mim a olhar para trás, para quando não me era possível passar sem um caderno, para onde não me sonhava dependente de uma ficha para dar de mim e ao me dando, me preencher. Continuo a não passar sem ter cadernos e caderninhos, espalhados pelas casas que habito, pelas gavetas. Tenho canetas quase sempre à mão para preencher os espaços, mais que não seja com desenhos de palmeiras, o que diz tanto da minha vasta capacidade de desenho, como da minha mente ao visionar sempre um oásis onde a água é fresca e o sol é ameno.

 

 De mim, não esperem o mundo nem o ingresso para os portões do monte Olimpo, esperem uma mortal que sonha com os Jardins Suspensos da Babilónia, as ruínas dos templos gregos, as dunas do Egipto. Que, nesta batalha dura com a realidade, se entretém a fazer da sua vida, um caminho mais fácil e mais bonito, afim de chegar a OZ, somewhere over the rainbow!

 

 Lisboa, 7 de Setembro de 2013

*post de carácter introdutório